183 anos de emancipação política; conheça um pouco da história de Vitória da Conquista

Cristo na Serra do Periperi. Foto: Deivid Souza/Cefilmes
  • Danilo Souza
  • Atualizado: 18/12/2023, 09:00h

Vitória da Conquista completa nesta quinta-feira (9) 183 anos de história, desde sua emancipação política em 1840 de Caetité. A região onde está o atual município, inicialmente habitado pelos povos indígenas Mongoyó, Ymboré e Pataxó, foi palco de batalhas com bandeirantes portugueses que a colonizaram durante o século XVIII.

Os colonizadores chegaram ao território onde hoje se localiza Vitória da Conquista motivados principalmente pela exploração do ouro e com o objetivo de ocupar o território. João Gonçalves da Costa, considerado como o líder do grupo que desbravou a região, não encontrou o metal precioso por aqui, mas permaneceu e fundou o Arraial da Conquista.

Um fato ligado ao bandeirante é a sua conduta violenta com os indígenas que aqui viviam, dizimando várias aldeias. Segundo os registros históricos estudados e divulgados no site da Prefeitura Municipal, João era português e um “preto-forro” - termo usado para se referir a uma pessoa que deixou de ser escravo. Ele conseguiu a liberdade em um acordo com a Coroa Portuguesa e em troca desbravava terras e batalhava pelo território. 

Os Ymborés foram o primeiro povo a batalhar contra os desbravadores em Vitória da Conquista e tentaram resistir, mas foram escravizados. Além disso, os Mongoyós decidiram se unir aos portugueses para derrotá-los. O povo Pataxó trilhou o mesmo caminho dos Ymborés, mas conseguiram fugir para o sul da Bahia, lugar onde possuem descendentes até hoje.

Praça Tancredo Neves. Foto: Deivid Souza/Cefilmes

Em 1752, aconteceu o “Banquete da Morte”, uma das maiores batalhas entre os grupos. É contado de geração para geração que João teria feito uma promessa para a Nossa Senhora das Vitórias que, se caso vencesse o confronto, construiria uma igreja no local. O episódio recebe esse nome pois, na ocasião, os portugueses convidaram os indígenas para uma suposta trégua, mas depois de terem consumido bebidas alcoólicas, os indígenas - entre eles crianças e mulheres - foram cercados por soldados e dizimados.

No final do século XVIII, Arraial da Conquista se tornou destino para rebanhos bovinos, o que viria a movimentar a economia da cidade. A própria família de João Gonçalves da Costa foi uma das maiores responsáveis pela produção de leite e carne por mais de cem anos. 

Em 1840, o Arraial da Conquista foi elevado à categoria de vila, se desmembrando de Caetité e passando a ter uma denominação de Imperial Vila da Vitória pela Lei Provincial n.° 124, de 19-05-1840, de acordo com o IBGE. A Imperial Vila da Vitória se fixou em 9 de novembro de 1840. Durante este período, surgiram a rua da Moranga, rua do Aguão, rua dos Tocos e rua da Boiada, que hoje são, respectivamente, a Siqueira Campos, 10 de Novembro, Guilhermino Novaes e João Pessoa. Essas ruas ajudavam a ter acesso a outras cidades, como Ilhéus, Jequié e Poções.

Em 1891, a vila passou a ser considerada uma cidade e recebeu o nome de Conquista. O nome Vitória da Conquista só se tornou oficial décadas depois, durante os anos 40. 

Nos dias atuais, Vitória da Conquista é a terceira maior cidade do estado da Bahia, possuindo quase 400 mil habitantes de acordo com a última atualização feita pelo IBGE, em 2022.
 

Matéria de Danilo Souza, estagiário da Mega Rádio

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