A Barra da vida real

  • Laís Sousa

Foto: Divulgação

Num mundo onde a violência não faz distinção de fama ou anonimato, ouvir Ana Hickman falando pela primeira vez sobre o seu caso nos faz refletir sobre a vulnerabilidade que todas as mulheres enfrentam. Seja uma celebridade ou uma pessoa comum, o "medo" é uma sombra constante que paira sobre nossas vidas. A tragédia nos lembra que a segurança, muitas vezes, é um privilégio efêmero e, talvez, nada melhor que ter coragem de estar só ou acompanhada de um cãozinho caramelo adotado.

Enquanto isso, em mais uma edição da "casa da barra", Carlinhos Maia cria um reality da vida real, reunindo subcelebridades e influencers para uma experiência que tem se mostrado cada vez mais superficial. Um espetáculo onde as cortinas da privacidade são levantadas, revelando um mundo em busca de visibilidade. Uma representação da sociedade moderna, onde a exposição muitas vezes é a moeda de troca para a fama. Quando o maior fofoqueiro vira alvo da fofoca e se incomoda, há algo pesado. E lá se vão corpos, beijos, barracos e horas de audiência perdidas com vários nadas.

A família que perdeu Ana Benevides, por sua vez, protagoniza um enredo complexo pousando ao lado de Taylor Swift. O público, por vezes, julga as escolhas de quem enfrenta a dor de formas que se torna um tribunal que não descansa para cometer injustiças. O fato dos parentes terem ido ao último show e tirado uma foto com a loirinha que afirma não ter desistido de voltar ao Brasil pode parecer estranho à primeira vista, mas quem somos nós para dizer quais são as melhores estratégias para lidar com a perda? Cada pessoa, cada família, tem seu próprio caminho para enfrentar a dor e a saudade. Que nenhum luto enfrente o medo de viver e seguir a vida por temer o que os outros vão dizer…

É um lembrete de que por trás das manchetes e das redes sociais existem vidas reais, complexas e cheias de nuances. A realidade é multifacetada, e a compaixão se torna essencial ao compreendermos que cada indivíduo carrega suas próprias cargas emocionais. Neste palco da vida, onde dramas e realidades se entrelaçam, somos desafiados a ir além das aparências, a cultivar a empatia e a reconhecer que, por trás de cada história, há uma jornada humana única, cheia de altos e baixos, risos e lágrimas.

Dezembro chegou, nada como olhar para si, olhar ao redor, rever, planejar, recalcular as rotas…


Laís Sousa

Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!
@laissousa_
laissousazn@gmail.com

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