GADO OU GOLPE?

  • Laís Sousa

Foto: zazzle


Por Laís Sousa

Das peripécias que marcou essa semana de uma forma um tanto quanto “broxante”, críticas ao envelhecimento natural de Axl que, a frente do rock Guns N' Roses, mostrou no Rock in Rio que o talento não passa com o tempo e ainda homenageou a rainha falecida neste dia 08.09, ganhado espaço para roubar a cena.

A cena que por muito tempo está trágica, sim, precisa de um movimento punk-hard-rock porque muita gente não aguenta o papelão mundial que o Brasil passa. E no dia de lembrar a “Independência” proclamada sem povo às margens de um riacho no sul do país, mais um golpe em nome de anseios patrióticos e de um subjetivo amor pela pátria que tem muito de conservadorismo insano e pouco de razão. 

Não dá para relevar e apenas rir de tudo que foi sepultado e virou história no dia 7 de setembro de 2022, um bicentenário para provar desordem e retrocesso. Mundialmente foi compartilhado o discurso em que o presidente aproveitou a oportunidade para testar e afrontar a Justiça verbalmente e ao fazer campanha eleitoral com dinheiro público, comparar mulheres e se autodeclarar “imbrochável” em coro para o próprio pênis. 

Tempos difíceis para os pais que não desejam que seus filhos entendam sobre igualdade de gênero e tenham educação sexual nas escolas, mas terão que explicar o que o mundo chamou de ‘nunca fraqueja’ e ‘potência sexual’ em tom depreciado e de baixo calão como um homem cristão e de bem não se prestaria.

O que Simone de Beauvoir bem pontuou ao dizer que “ninguém é mais arrogante, violento, agressivo e desdenhoso contra as mulheres que um homem inseguro de sua própria virilidade” e que Freud explicou enquanto danos psíquicos e carências do ego…

Não é sobre ser indiferente a morte, ainda bem que pacífica, de Elizabeth II, a mulher de 96 anos que viveu muitos períodos históricos do mundo e por 70 anos se enquadrou para servir o sistema monarca que, como bem apontou o filme O Rei, por si só é ilegítimo.

Mas é sobre fechar os olhos e reproduzir honras apelativas que regem “god salve the queen” (Deus salve a rainha) e “London Bridge is down” (a Ponte de Londres caiu) a um exercício que envolveu genocídio na Índia, encontros com ditador e laços neonazistas que não são mostrados de forma majestosa em The Crown, na Netflix. 

É sobre termos perdido mais de 700 mil brasileiros para Covid-19 e, somente agora, terem sido decretados 3 dias de luto pela morte de alguém tão distante. É sobre uma dança das cadeiras que não fazemos parte e, não deveríamos, porque aqui não dá para fechar os olhos para problemas reais em nossa democracia! 

E você, como se enquadra, Gado ou Golpe?

 

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Sobre a autora: Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas vagas e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e comentarista por esporte sorte. Vamos fugir!

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Laís Sousa

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