IRMANADAS PELA SORORIDADE

  • Vanda Araujo

Foto: oimparcial


No Mapa da Violência. o Brasil ocupa hoje a 5ª posição no ranking mundial em feminicídio. O Datafolha registra que, no Brasil em 2021, um total de 17 a 19 milhões de mulheres relataram ter sofrido algum tipo de violência no último ano, 2021.

Antes de qualquer iniciativa em favor de quem sofre numa relação tóxica, é urgente a mudança de mentalidade em todos que se dão o direito de julgar, criticar e negar o tão necessário acolhimento e apoio às vítimas. E isso nos inclui a nós mesmas, as mulheres.

Educadas numa cultura machista muitas tendem a reproduzir discursos de depreciação feminina, naturalizando o feminicídio ao culpabilizar e revitimizar quem já se encontra em situação de vulnerabilidade.

Não, não existe mulher que gosta de apanhar. O que existe é mulher humilhada demais para denunciar, machucada demais para reagir, com medo demais para acusar.

Sororidade é o primeiro passo para combater a violência de gênero.

Sororidade vem da palavra latina soror, que significa “irmã”. É um conceito  social e político que significa aliança entre mulheres. Defende a identificação das mulheres como semelhantes, prega a solidariedade e o apoio mútuo, estimula a consciência crítica sobre a centralidade masculina e repele a competição gratuita e a autodepreciação feminina.

Somos manas! 

Talvez você já tenha recebido um pedido de ajuda de uma vítima de violência, recebeu ligação ou visita dela logo após os fatos, viu as lesões no seu corpo no ambiente de trabalho ou em evento social, ou é membro da família e acompanha a rotina de sofrimento da vítima?

Saiba então que você pode ajudar: Não julgando a mulher em situação de violência, principalmente se ela perdoou ou não o seu algoz em ocasião anterior ou se ela pretende continuar a viver com ele.

Compreenda que a dificuldade de agir ou reagir não é culpa da mulher, mas sim de um aprendizado emocional criado pela própria situação de violência, este “aprendizado” é denominado ”síndrome do desamparo aprendido”.

O Desamparo Aprendido diz respeito a uma condição psicológica que pode afetar seriamente a saúde mental. É a incapacidade do ser humano de reagir às situações que geram sofrimento.

De acordo com a APA (Associação Americana de Psicologia), o Desamparo Aprendido é resultado da repetição de experiências negativas, principalmente na infância e adolescência. 

Ela evidencia a sensação física de angústia, depressão e entrega às reações incontroláveis e, após certo tempo, pára de tentar fugir ou reagir diante de problemas. Ela fica sem resistência diante de situações difíceis e de perigo iminente, seja um acidente de carro ou uma injustiça no trabalho, por exemplo. Tomada pela sensação de impossibilidade de mudar a situação e diminuir o problema, ela simplesmente desiste.

A vítima deve ter o apoio de amigos e familiares para enxergar que não está errada e precisa de ajuda psicológica. A melhor forma de tratar o Desamparo Aprendido é optar pela psicoterapia, que ajudará a pessoa a entender que deve se afastar e cuidar mais de si mesma. 

Enquanto parte da comunidade, você pode apoiar a mulher vítima de violência e contribuir na construção da sua rede de proteção. Identificar pessoas que possam auxiliar neste momento.

Somos irmanadas pela consciência do poder da empatia e da solidariedade!

Pratiquemos a generosidade! – um gesto de cada vez!

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Sobre a autora: Eu sou Vanda Araujo (abreviatura, viu?!). Sou graduada em Psicologia, especialista em Terapia Familiar Sistêmica, com formação em Terapia Comunitária Integrativa e em Análise Corporal.  Atendo adultos (individual e casal) de forma predominantemente remota e te afirmo que a maior distância entre as pessoas não é geográfica, é afetiva. Não importa em que parte do mundo você esteja, a distância é indiferente. O que é realmente importante é a relação sincera e confiável que estabelecemos entre eu e você.

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