Recap: O nostálgico (mas não tão bom) Quarteto Fantástico de 2005
Dentre os lançamentos deste ano, dois grandes filmes estão na linha de frente para disputar a maior bilheteria de 2025: Superman e Quarteto Fantástico. Lançado no começo do mês, o filme do homem de aço se mostrou um sucesso tanto de crítica, quanto de público e ao decorrer das semanas vem acumulando números expressivos de bilheteria. Já Quarteto Fantástico: Primeiros Passos será lançado no final do mês e possui uma enorme expectativa financeira e artística.
Assim como na última coluna, decidi fazer o exercício de olhar para trás e analisar o histórico de adaptações que essa família de super-heróis acumulou com o passar das décadas. O alvo da vez foi o Quarteto Fantástico de 2005, que possui no elenco Jessica Alba como Mulher Invisível, Chris Evans (o Capitão América do UCM) como Tocha Humana, Ioan Gruffudd como Senhor Fantástico, Michael Chiklis como Coisa e Julian McMahon como Doutor Destino.
Quarteto Fantástico (2005). Reprodução: 20th Century Studios
O efeito nostalgia
É evidente que minha visão ao reassistir ao filme seria enviesada, levando em conta que esse foi um filme marcante da minha infância/adolescência. Entretanto, a sensação durante essas duas horas conseguiu ser ruim ao ponto de nem a nostalgia conseguir se sobressair, para maquiar o sentimento de decepção ao revisitar um filme que possuía uma boa imagem na minha memória.
A história é bastante simples, mas não simples porque o roteiro se propõe à simplicidade dos acontecimentos e sim porque não conseguiu ser trabalhada com um bom desenvolvimento. Basicamente Reed Richards, Victor von Doom, Sue Storm, Benjamin Grimm e Johnny Storm vão a uma missão tripulada no espaço para coletar energia e, acidentalmente, após serem expostos a uma tempestade cósmica, adquirem poderes diversos, como ficar invisível, controlar a eletricidade, esticar o corpo, manipular o fogo e ter a pele substituída por pedras.
Já durante o primeiro terço do filme, vemos o Johnny Storm ser incluído na missão como piloto. Não é bem explicado quais são as suas qualificações, seus feitos como piloto ou até mesmo qual foi a motivação por trás da inclusão dele na equipe. A única razão que fica subentendida do porquê dele estar ali é pelo fato de ser irmão da Sue Storm, ou então pode ser interpretado como um péssimo trabalho do roteiro para unir os quatro personagens, e então fazê-los ganhar os poderes em conjunto.
Nos primeiros dez minutos de filme fica bastante evidente a infeliz escolha de alguns atores. Os destaques principais são para a Jessica Alba e Julian McMahon, em que a primeira foi reduzida à um singelo sex symbol sem emoção, que hora ou outra tem o corpo explorado de forma extremamente apelativa e o segundo foi transformado em um vilão corporativista malvado genérico, que, de forma bastante repentina, começa a cometer crimes e fazer coisas ruins, no maior estilo dos vilões do seriado de televisão do Batman, que diferente de Quarteto Fantástico, não se leva a sério em nenhum momento.
Batman - Série de Televisão (1966). Reprodução: 20th Century Studios
Ao decorrer do filme, apenas duas cenas de ação são marcantes e produzem algo que de fato acrescenta na trama. Quando essas cenas não estão em tela, a obra se resume à diversas esquetes de humor e um romance sem química alguma entre a Sue e o Reed, enquanto os quatro personagens estão confinados no laboratório testando possíveis curas para os seus poderes.
Com um saldo bastante negativo nesse filme, que é, até então, a adaptação mais famosa do grupo, a missão do filme de 2025 tornou-se relativamente fácil. Tenho uma certeza, quase absoluta, de que essa nova roupagem será mais satisfatória que a de 2005. Caberá descobrirmos o quão melhor ela será e se irá sobreviver apenas das comparações ou se tornará a adaptação definitiva do Quarteto Fantástico.
