Apocalipse brasileiro: capítulo quente direto dos trópicos

Divulgação: Apocalipse nos Trópicos/Netflix

Em mais uma semana que já nasce clássica nos livros de História (e na movimentação expectante do grupo da família), o Brasil segue mostrando que o realismo fantástico não é só um gênero literário — é um estilo de governo, de oposição e de sobrevivência.

Pra começo de conversa, tivemos Trump, o síndico do apocalipse gringo, pistolando com ameaças de taxar em até 100% países do mundo todo, mas agora também com o Pix e até com a 25 de Março — a rua mais democrática do Brasi. Se duvida, basta dar um Google: Trump quer botar tarifas de até 50% em produtos brasileiros e ainda acusa o Pix (sim, o Pix!) de ser “concorrência desleal” com cartão de crédito americano. É surreal, mas é real.

O chororô de Eduardo Bolsonaro pra que Trump defenda o pai, só serviu pra virar hit na voz do Presidente Lula e embalar possíveis churrasquinhos por aí. Enquanto isso, o pai “Bozo” aparece desesperado por salvação na CNN, questionando sobre as provas de seus crimes. A qualquer momento, pode sair a notícia que Jair Bolsonaro enfim vai encarar até 46 anos de prisão (40 é o limite). Motivos? São tantos… tentativa de golpe, articulação de milícia, falsificação de cartão de vacina, fraude em documentos oficiais, obstrução de justiça, venda de joias da União — é praticamente um bingo de crime de responsabilidade. 

Há quem deseje que, ao invés da possível prisão domiciliar por idade ou condições de saúde, a justiça seja efetivada através de encarceramento na Papuda, afinal, será uma vitória deixar em casa essa mercadoria não despachada para o colo do Trump. Além do mais, por aqui, já houve ex-presidente com mais de 70 anos e tratando câncer preso em cadeia. [memória] 

O Cenoura&Bronze americano pode ameaçar, mas aqui a Procuradoria-Geral da nossa República bateu o martelo: o Brasil não será tutelado por presidente estrangeiro em falsa crença de dominar o mundo. Mas se o mundo, incluindo nós mesmos, quiser entender os bastidores de tensão que a gente tem respirado, está documentado: Petra Costa, que já nos deu Democracia em Vertigem, voltou mais afiada do que nunca com Apocalipse nos Trópicos - um mergulho de visão peculiar na máquina de fé e força de manipulação, no manual de destruição, político-econômico e social, que religiosamente se tentou aplicar em nossa democracia. Foi entregue um novo capítulo da História, atualizado, necessário, cheio de falas e imagens que viram provas.  Recomendo a aula de Brasil contemporâneo na Netflix! 

Pra quem achou que até aqui já estava suficiente, o roteiro ainda trouxe plot twist: o presidente Lula, que Trump tentou sabotar com sua cartinha de birra, viu sua aprovação crescer. Segundo a Quaest, 54% da população avaliou positivamente a postura do governo — é o maior índice desde o início do mandato. E a cereja: 40% dos empresários que sempre se encostaram na direita agora perceberam que quem brinca de bajular gringo tá jogando contra o próprio lucro. Taxa de 50% em exportação atinge em cheio o agro e o empresariado, e aí a conta chega.

Enquanto isso, a promessa de campanha da isenção de Imposto de Renda pra quem ganha até R$ 5 mil virou realidade. Muita gente pode não perceber de imediato, mas isso significa mais dinheiro circulando onde realmente importa: na mesa, na feira, no carrinho do mercado. É ajuste de rota, é foco em quem sustenta de fato este país.

Ainda falta taxar super-ricos, falta derrubar de vez a jornada de 6x1 que exaure quem já trabalha dobrado, falta destravar a Reforma Tributária de forma justa — mas o passo está dado. Tem barulho? Tem. Tem fake news? Tem. Mas tem gente disposta a peitar chantagem internacional, manter a indústria viva, proteger o povo e reforçar: o Brasil tem dono, sim — e é o povo que vota, paga imposto e faz Pix pra pagar boleto no fim do mês.

Se Petra filmou bem é porque a gente vive o realismo fantástico ao vivo. E, como sempre, quem gosta do Brasil livre respira fundo, compartilha documentário, desafia carta de chantagem e vota consciente. Ainda bem que o apocalipse aqui chega pra revelar que, mesmo sangrando, o Brasil é e segue sendo soberano.


Laís Sousa

Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!
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