Irmandade: nos faz sentir mais...

  • Laís Sousa

Kayky e Stephany Brito - Foto: Reprodução / Instagram

Por Laís Sousa


Na semana em que se comemora o dia do irmão, mais especificamente no dia 5, duas informações roubaram minha atenção, ambas envolvendo vínculos fraternos, eternos:

Por quatro votos a um, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) finalizou a sessão que manteve a anulação do júri da Boate Kiss. A votação confirma a decisão, tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), de acatar recurso da defesa dos réus e anular o julgamento por supostas irregularidades jurídicas. Com a decisão, as condenações de Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos, com penas que vão de 18 a 22 anos e meio de prisão, perdem validade e os réus aguardam novos julgamentos em liberdade.

Assim como o Ministério Público informou por nota, também lamento profundamente que o recurso para reverter a decisão da 1ª Câmara Criminal do TJRS não tenha sido aceito. Eles respeitam a decisão e eu só me pergunto se existe alguma razão para não se fazer justiça em respeito à memória de 242 vítimas, 636 sobreviventes, familiares e todos nós que empaticamente tivemos nossas lembranças embaçadas por aquele crime.

Entre os principais apontamentos da defesa estão fatos como a escolha dos jurados ter sido feita depois de três sorteios, quando o rito estipula apenas um; o juiz Orlando Faccini Neto ter conversado em particular com os jurados, sem a presença de representantes do Ministério Público ou dos advogados de defesa; O magistrado ter questionado os jurados sobre questões ausentes do processo; O silêncio dos réus, uma garantia constitucional, ter sido citado como argumento aos jurados pelo assistente de acusação; O uso de uma maquete 3D da boate Kiss, anexada aos autos sem prazo suficiente para que as defesas a analisassem. Nada justifica!

Este caso, acompanhado desde aquela madrugada em 2013, que volta e meia vejo uma entrevista ou postagem de irmãos, me toca profundamente. Já dizia Freud: “A cura não vem do esquecer, vem do lembrar sem sentir dor. É um processo!”. E esse processo tem sido arrastado por tanto tempo, já se vão 10 anos: Por memória, por justiça, para que não se repita! [acompanhem o coletivo @kissquenaoserepita no Instagram]

Nesta semana também, um acidente de atropelamento, não criminoso, deixou Kayky Brito internado em estado grave, com politrauma corporal e traumatismo craniano. A luta pela vida é real para o ator no auge de seus 34 anos, casado com a jornalista Tamara Dalcanale com quem tem Kael, o filho de 1 ano e 8 meses. O que me tocou profundamente nesta situação pela qual endosso orações e energias positivas pela recuperação dele, foi, como irmã mais velha, ter visto a entrevista de Sthefany Brito na saída do hospital, em que só conseguiu agradecer o apoio, e a postagem que fez compartilhando trecho de um vídeo-live que realizaram em período de pandemia…

"Kayky, eu te amo com toda a força da minha alma. Nós escolhemos vir juntos nesta vida, nesta família. Porque com certeza sempre estivemos juntos em todas as outras! Eu não existo sem você! Tô aqui de joelhos implorando a Deus que continue cuidando de você. Obrigada por estar lutando, por estar sendo guerreiro! A gente precisa de você! Calmo e forte você daí e nós aqui sem medir esforços para sua recuperação! Já estou com saudade de ouvir você me chamar de Thézinha. Eu mais que te amo, eu te respeito e te admiro, meu amor!', homenageou o irmão com palavras semelhantes às que ele usou.

Nesta semana, no primeiro dia do mês, para ser exata, meu único irmão comemorou também mais um ano de vida. Por agradecer, eu só sei sentir! Ele é meu queridinho e eu sou a preferida dele. Amor de irmão é assim, uma vida de parceria e só eu posso falar mal. Não dou um copo d’água, mas facilmente daria a vida. Faço jus a declamação de Pedro Bial em Filtro Solar: “Seja legal com seus irmãos/Eles são a melhor ponte/Com o seu passado/E possivelmente/Quem vai sempre mesmo/Te apoiar no futuro”.

O dia do irmão tem data celebrada como uma homenagem à Madre Teresa de Calcutá, que faleceu em 5 de setembro de 1997. A freira ficou mundialmente conhecida por suas obras de caridades com pessoas pobres, órfãos e idosos. Uma vida em prática de irmandade. Só quem tem ou teve irmão, entende, sente e sabe. Irmandade, um sentimento que nos faz sentir (de)mais…


Laís Sousa

Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!
@laissousa_
laissousazn@gmail.com

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