Zezé Motta, pérola negra, te amamos, te amamos

Zezé Motta em apresentação na FliConquista.Foto. Danilo Souza
  • Por Fábio Agra
  • Atualizado: 18/11/2023, 12:52h

“Muito prazer”, música composta por Rita Lee, deu as boas-vindas recíprocas a Zezé Motta e seu espetáculo “Atendendo a Pedidos”, na noite de sexta-feira, na FliConquista.

“Muito prazer” aqui era muito mais do que uma saudação inicial para apresentar um ícone da teledramaturgia, do cinema, do teatro e da música brasileiros ao público conquistense. Através dessas palavras, iniciava-se uma noite em que pôde-se conhecer com mais profundidade, entre uma música e um bate-papo com o interlocutor principal, Adão Albuquerque, e o público, uma trajetória para ser reverenciada.

Entre uma conversa e outra com o interlocutor, como se estivessem sentados em uma grande sala de estar, as músicas iam surgindo a partir das provocações de Adão Albuquerque sobre sua carreira. Passeamos pelo teatro, pelo cinema, pela própria música, e também sobre temas que atravessaram sua vida, como política, fé e negritude.

Xica da Silva, Rita Baiana, suas amizades e reverências a Marília Pêra e Luiz Melodia e a reverência de vários compositores, como Rita Lee e Caetano Veloso, por exemplo, a Zezé Motta, em composições como “Muito prazer” e “Tigresa”, se juntavam a interpretações que marcaram sua carreira, como “Senhora Liberdade”, “Dores de amores”, “Crioula” e “Pecado Original”, que estão no disco "Zezé Motta", de 1978, e de “Estácio, eu e você”.

Público na Concha Acústica em show de Zezé Motta. Foto: Danilo Souza

Acompanhada do músico Joan Barros, Zezé Motta se mostrava sorridente e de um ótimo diálogo todo o tempo, mesmo quando se esquecia de alguma referência sobre onde estava nessa noite de céu aberto na Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, após viajar o país com seu espetáculo.

A interpretação de “Pérola Negra”, composição de Luiz Melodia, foi algo a parte de toda a emoção projetada a partir de sua voz durante o espetáculo. Deixada para o final, a intensidade da belíssima canção, que ganha nossos corações e mentes pela potência de Zezé Motta, faz nosso corpo reagir de tantas maneiras, desde olhos marejados até o ritmo acompanhado pela rítmica batida dos pés de quem ali estava.

Muito prazer, Zezé, nossa pérola negra. Te amamos, te amamos. Obrigado por atender nossos pedidos para reverenciá-la aqui também.

Leia também: Homenagem a Camillo de Jesus Lima, poeta da liberdade, abre a FliConquista com reflexões sobre paz, guerra e vida

Leia também: Na FliConquista, Daniel Munduruku nos faz pensar sobre tempo circular e do presente, o tempo da natureza

Comentários


Instagram

Facebook